Canto Gregoriano, ou Cantochão, é o nome que se dá à música monofônica, de apenas uma melodia, sem acompanhamento. Seu nome deriva do papa Gregório I, que comandou a igreja entre 590 e 604. Gregório I empreendeu uma reforma na igreja e passou a implementar este tipo de canto nas celebrações religiosas.
HISTÓRIA DO CANTO GREGORIANO
O período de formação do canto gregoriano vai dos séculos I ao VI, atingindo o seu auge nos séculos VII e VIII, quando foram feitas as mais lindas composições e, finalmente, nos séculos IX, X e XI, princípio da Idade Média; começa, então, sua decadência. Seu nome é uma homenagem ao papa Gregório Magno (540-604) - veja o vídeo - que fez uma coletânea de peças, publicando-as em dois livros: o Antifonário, conjunto de melodias referentes às Horas Canônicas, e o Gradual Romano, contendo os cantos da Santa Missa. Ele também iniciou a "Schola Cantorum" que deu grande desenvolvimento ao canto gregoriano.
A partir da iniciativa de dom Mocquereau, no final do século XIX, o Mosteiro de São Pedro de Solesmes, na França, passou a ser o grande centro de estudos e prática do canto gregoriano. Seus monges, na época, deram início a um trabalho de paleografia (estudo dos manuscritos antigos) de canto gregoriano e de recuperação dos sinais escritos nos séculos VIII e IX.
Depois, surge a semiologia gregoriana, que é a interpretação dos sinais, com uma volta à fonte, estabelecendo uma interpretação mais autêntica do canto gregoriano; entre outros sobressai nesse trabalho dom Eugène Cardine, OSB.
No começo do século XX, o papa Pio X pede aos monges beneditinos para fazerem uma edição moderna à luz dos manuscritos, surgindo então a Edição Vaticana e em 1985 foi lançada uma outra edição chamada "Graduale Triplex" (Gradual Tríplice) com as três notações do canto gregoriano: a Vaticana, a de Laon (França) e a de Saint Gaal (Suíça).
Após a realização do Concílio Vaticano II (1965), o latim deixou de ser a língua oficial na liturgia da Igreja, e as celebrações litúrgicas passaram a ser realizadas na língua vernácula de cada país e a prática do canto gregoriano ficou restrita aos mosteiros e a grupos de admiradores e aficionados da beleza desta "palavra-cantada".
As principais características do canto gregoriano, também conhecido como canto chão, são: as melodias são cantadas em uníssono (monódico), sem predominância de vozes, ou seja, rigorosamente homofônico; de ritmo livre, sem compasso, baseado apenas na acentuação e no fraseado; cantado "a capella", isto é, sem acompanhamento de instrumentos musicais e suas letras são em latim, tiradas, em sua grande maioria, dos textos bíblicos, sobretudo os salmos.
Em 1994 houve um "renascimento" do canto gregoriano quando foi lançado pela EMI, em CD, um disco que havia sido gravado há mais de 20 anos pelos monges do Mosteiro de Santo Domingo de Silos, norte da Espanha – o disco alcançou o primeiro lugar em vendas em vários países, atingindo a marca de 5 milhões de cópias vendidas.
Conheça nestes vídeos um pouco da história do Mosteiro de Solesmes:
Thousand yeares of grace - Solesmes`Abbey, 1000 years of prayers - Millénarie de Solesmes (parte 1) - Millénaire de Solesmes (parte 2).
Veja, também, estes vídeos:História de los cantos gregorianos 1/2 - História de los cantos gregorianos 2/2
O conjunto alemão Enigma que gravou o disco MCMXC A.D. com músicas de rock (Sadness e outras) em estilo gregoriano e fez bastante sucesso em todo o mundo, além de outros grupos que lançaram os CDs: The Ultimate Compilation – Real Sadness & Other Gregorian Mysteries; Gregorian Dance e o Chantmania, gravado pelo The Benzedrine Monks of Santo Domonica.
O conjunto alemão Enigma que gravou o disco MCMXC A.D. com músicas de rock (Sadness e outras) em estilo gregoriano e fez bastante sucesso em todo o mundo, além de outros grupos que lançaram os CDs: The Ultimate Compilation – Real Sadness & Other Gregorian Mysteries; Gregorian Dance e o Chantmania, gravado pelo The Benzedrine Monks of Santo Domonica.
Recentemente surgiram outros dois ótimos grupos que também lançaram músicas de rock em estilo gregoriano: The sound of silence, Tears in heaven, In the air tonight, Eden (Sarah Brightman), When a man loves a woman e outras. Vale a pena conhecê-los e visitar a página deles: Masters of Chant e Lesiëm
Você pode ouvir o canto gregoriano, inclusive o CD Rorate do Coral Gregoriano de Belo Horizonte, e músicas sacras na Radio Set.
Partitura do Constitues, do Graduale Triplex
Fonte:http://gregoriano.org.br/gregoriano/historiacantogregoriano.htm
As características foram herdadas dos salmos judaicos, assim como dos modos (ou escalas, mais modernamente) gregos, que no século VI foram selecionados e adaptados por Gregório Magno para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica.
Somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos. Só nos finais da Idade Média é que a polifonia (harmonia obtida com mais de uma linha melódica em contraponto) começa a ser introduzida nos ofícios da cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.[2]
Importância do texto
Desde seu surgimento que a música cristã foi uma oração cantada, que devia realizar-se não de forma puramente material, mas com devoção ou, como dizia Paulo (Apóstolo): "cantando a Deus em vosso coração". O texto era, pois, a razão de ser do Canto Gregoriano. Na verdade, o canto do texto se baseia no princípio - segundo Santo Agostinho - de que "quem canta ora duas vezes".
Deste canto procedem os modos gregorianos, que dão base à música ocidental. Deles vêm os modos maior (jônio) e menor (eólico), e outros cinco, menos conhecidos (dórico, frígio, lídio, mixolídio e lócrio).
Referências
- ↑ Canto gregoriano - Sitio do Vaticano
- ↑ Antífonas do Ó: O antigo e o novo na oração liturgica do advento. - São Paulo: Paulinas, 1997. ISBN 85-356-0021-3
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